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sábado, 12 de abril de 2008

Eugène Atget – Retrospectiva

Publicada por Unknown


Para assinalar o 150º aniversário do nascimento do fotógrafo francês Eugène Atget (1857–1927), a Biblioteca Nacional de França organizou esta grande retrospectiva que reúne uma selecção de 350 exemplares da sua extensa obra.

Entre 1897 e 1927, Eugène Atget, como nenhum outro fotógrafo, capturou imagens da velha capital francesa, mostrando a cidade nas suas várias facetas. Fixou vistas intemporais sobre os parques de Versailles, Saint-Cloud e Sceaux, mostrou os boulevards e a história cultural, social e urbana de Paris...

Atget, que começou a sua carreira como actor e que também tentou a sorte como pintor, igualmente sem sucesso, só começou a fazer fotografia em 1888. Inicialmente doava as suas fotografias originais, a que chamava “documents pour artistes”, a partir dos quais artistas e artesãos trabalhavam.

A partir de 1898, devotou-se sistematicamente à documentação de edifícios que serviam de testemunho ao período anterior a 1789. Essas imagens foram adquiridas posteriormente por instituições como a Biblioteca Histórica da Cidade de Paris ou a Biblioteca Nacional de França, bem como vários museus. A actividade do fotógrafo surgia numa altura em o modernismo dava lugar a um sentimento generalizado de uma nova era que se avizinhava.

Em meados dos anos 20, Atget foi descoberto pelos artistas da jovem vanguarda – Man Ray comprou cerca de 40 das suas fotografias e incluiu quatro delas no livro publicado em 1926, ««La Révolution surréaliste». A jovem assistente de Man Ray, a fotógrafa Berenice Abbott, visitou Atget em várias ocasiões e comprou algumas das suas impressões. Depois da morte do fotógrafo, em 1927, ela adquiriu os cerca de 1500 negativos e 10 000 impressões que permaneciam do estúdio de Atget, levando depois esse material para os EUA, onde juntamente com o galerista Julien Levy, devotou-se nos 40 anos seguintes à divulgação dessa obra. Graças a Berenice Abbott, as fotografias de Eugène Atget foram valorizadas e exerceram depois uma influência considerável na obra de fotógrafos americanos, como Walker Evans ou Lee Friedlander.

Em 1968, Berenice Abbott vendeu a colecção ao MoMA (Museum of Modern Art) de Nova Iorque, que entre 1981 e 1985 publicou quatro catálogos compilados por John Szarkowski e Maria Morris Hambourg.

Em França, nos anos 20 e 30, figuras como Robert Desnos e Pierre Mac Orlan, tentaram tornar a obra de Atget mais conhecida.

Em 1931, na sua História da Fotografia, Walter Benjamin refere-se a Atget como precursor da fotografia surrealista, abrindo assim caminho ao seu reconhecimento na Alemanha.

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